Em documento encaminhado ao prefeito Jonas Donizette (PSB), no último dia 28 de março, o secretário de Saúde Carmino de Souza confirmou epidemia de dengue em Campinas desde meados de janeiro.
Do início do ano até o fim do mês passado, foram confirmados 752 casos da doença na cidade. O coeficiente de incidência em fevereiro chegou a 29,1 a cada 100 mil habitantes, enquanto que o esperado pela Saúde era de 7,9 a cada 100 mil.
Souza ainda deixa expresso que “observa-se uma expansão geográfica das áreas de transmissão da doença com focos de transmissão dispersos em todo município”. O secretário destacou também que as áreas mais afetadas são as regiões Sul – dos bairros Campo Belo, Parque Oziel e Vila Rica – e Norte – do distrito de Barão Geraldo e São Marcos.
A introdução do sorotipo 4 do vírus é um dos fatores que contribuem para o aumento dos casos. Além disso, “há claramente a expectativa de um aumento no número de pacientes manifestando as formas graves da doença e, consequentemente, risco da ocorrência de óbitos”.
Outra preocupação é a necessidade de um contingente de 70 pessoas durante três meses para que seja mantida a atividade de nebulização, considerada essencial para o controle do vetor. A falta de profissinais para desempenhar o trabalho é por causa do encerramento do convênio com o Cândido Ferreira.
A Saúde ainda está com o quadro de funcionários subdimensionado. Diante disso, foi aprovado ontem na Câmara um projeto, proposto pelo Executivo, em que fica autorizado o pagamento de prêmio ao servidor que participar de campanhas nacionais de vacinação e de combate a endemias e epidemias.
O servidor receberá R$ 48,90 por dia trabalhado. “Não quero ser alarmista, mas existe um problema. Esse projeto tenta incentivar servidores para entrarem nessa luta”, afirmou o vereador Professor Alberto (sem partido).
A Secretaria de Saúde foi procurada pela equipe de reportagem do Metro, mas não deu retorno para comentar o documento.
Doença é ignorada em CS
Na última segunda-feira, a aposentada Maria de Lourdes Souza, 60 anos, foi até o Centro de Saúde Jardim Conceição porque sentia dores de cabeça e no corpo, além de ter manchas vermelhas espalhadas pelo corpo, todos sintomas da dengue.
No entanto, não foi atendida pela equipe médica e uma enfermeira que trabalha no local prestou o primeiro atendimento e disse que se tratava “apenas de uma alergia na pele”, segundo Maria de Lourdes.
Inconformada, ela seguiu até um hospital particular onde a equipe médica suspeitou de dengue e orientou que ela realizasse os exames. “Eles têm que tomar mais cuidado. Precisam examinar corretamente, porque o meu caso poderia passar despercebido. É um risco muito grande. Imagine se fosse dengue hemorrágica?”, questionou a aposentada.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que “todos os enfermeiros da rede de saúde estão capacitados e passam por atualização periodicamente para atender a qualquer caso suspeito de dengue e encaminhar para o médico, se necessário, conforme protocolo de enfermagem. A atuação é multidisciplinar.”
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